FANTASMA
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O que vamos nós coleccionar quando também
formos velhos? Um fantasma entrou pela porta,
a avaliar pela extensão dos danos.
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Escrupuloso em questões de segurança, examina
o cartão que lhe vai pagar a conta. É este.
Algumas tentativas de humor sádico:
sem sucesso. Compra-se o tempo, aos oitenta,
trata-se da vida de outro modo, espera-se
que todos os dias sejam uma descoberta:
pára-quedas que não abrem, muros
que podem cair antes de darmos por isso.
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Diz-se que entramos neste mundo com o destino
já traçado. Bocados de um papel antigo.
Denúncias infundadas, por enquanto.
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[Vítor Nogueira, in Telhados de Vidro nº 9, Averno, 2008]
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