12.2.08

Música de 2007

Não tenho grande preocupação em estar atento às novidades e portanto a esmagadora maioria do que vi, li ou ouvi em 2007 não saiu em 2007 assim como muito do que me despertou interesse em 2007 hei-de ver, ler ou ouvir mais tarde.
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De qualquer forma gostava de chamar a atenção para três discos do ano que passou que, sobretudo dois deles, me parece que não foram objecto da atenção que mereciam e merecem não ficar esquecidos:
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O primeiro (e único que foi objecto de algum destaque) é este À Espera de Armandinho de Pedro Jóia. É um disco um pouco inesperado já que Pedro Jóia toca guitarra clássica e tem um percurso sobretudo ligado ao universo da música flamenca. É portanto alguém até agora totalmente exterior ao mundo do fado que resolve fazer uma homenagem àquele que é considerado o pai da guitarra portuguesa, o lendário Armandinho – Armando Augusto Freire (1891-1946) – num disco inteiramente gravado a solo. O resultado é impressionante.
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O segundo é Nas Veias de uma Guitarra – Tributo a Fernando Alvim de Ricardo Parreira e do próprio Fernando Alvim. Ricardo Parreira é um jovem e muito promissor guitarrista com apenas 20 anos que se junta aqui ao veterano Fernando Alvim, célebre violista que acompanhou, entre muitos outros, Carlos Paredes (durante 25 anos).
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Os temas escolhidos foram em parte de guitarra de Coimbra (Artur Paredes e sobretudo Carlos Paredes, com cinco temas) e outra parte de guitarra de Lisboa (Afonso Correia Leite, Armandinho e José Nunes). Foi ainda incluído um tema de Fernando Alvim.
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É um disco de grande qualidade que merece ser ouvido com atenção.
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O terceiro é a colectânea Lisboa, de que já falei aqui, um tributo musical a esta cidade, reunindo nomes muito diversos: A Naifa, Rodrigo Leão, Rui Reininho, Danças Ocultas, Rogério Samora e muitos outros.
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O disco é muito bom, sendo de destacar os três poemas de Mário Cesariny aqui presentes: Passagem a Limpo, intrepretado pel’A Naifa; Poema, dito por Rogério Samora com música de Rodrigo Leão; e You are Welcome to Elsinore, dito pelo próprio Cesariny (a mesma gravação que está no álbum Poetas) com música dos BCN.

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