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“o triunfo dos multiplexes (de que, ironicamente, o Quarteto foi, a partir de 1975, sob a direcção de Pedro Bandeira Freire, um modelo pioneiro) transfigurou de modo muito significativo as leis do mercado. Com consequências globais conhecidas: massificação consumista em torno de um número reduzido de títulos (os poucos que gozam de campanhas gigantescas) e crescente marginalização das tendências "alternativas" do cinema (incluindo o americano).”
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“é vital que o chamado mercado cultural não seja "forçado" a submeter-se a lógicas que, em última instância, impedem os espectadores de aceder à diversidade da produção cinematográfica, seja ela contemporânea ou clássica (e é absurdo que essa diversidade se tenha tornado infinitamente maior na área específica do DVD). Mesmo com desequilíbrios e limitações, essa preocupação continua a ser essencial na oferta das grandes capitais da Europa. Por uma vez, não nos ficaria mal sermos europeus.”
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[João Lopes, DN de 30/03/2008]
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[João Lopes, DN de 30/03/2008]
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A situação do cinema Quarteto parece-me francamente preocupante e gostava de destacar quatro aspectos:
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- Primeiro: o cinema em si, embora com sinais visíveis de decadência, era o mais antigo dos cinemas ainda em actividade em Lisboa. Era um espaço emblemático, que continuava a ter para mim um encanto muito especial;
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- Segundo: verifica-se a quase extinção em Lisboa de salas onde possamos fugir ao cinema-pipoca, onde se possa ver um filme um pouco menos comercial, completamente ignorados pelos cinemas dos centros comerciais;
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- Terceiro: mesmo quem gosta de filmes mais comerciais não está necessariamente para aturar o ambiente de centro comercial, com fedor a pipocas e adolescentes barulhentos;
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- Quarto: continua a tendência implacável de esvaziamento das ruas da cidade de Lisboa (cinemas, cafés, lojas), em favor de centros comerciais, maioritariamente nos subúrbios, completamente ao arrepio da tendência das principais cidades europeias.
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Restam-nos o King (não sei por quanto tempo, já se falou em transformá-lo em garagem…), o Nimas, o Londres e as salas do Saldanha que, embora estejam em centros comerciais, têm uma lógica um pouco diferente.
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- Primeiro: o cinema em si, embora com sinais visíveis de decadência, era o mais antigo dos cinemas ainda em actividade em Lisboa. Era um espaço emblemático, que continuava a ter para mim um encanto muito especial;
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- Segundo: verifica-se a quase extinção em Lisboa de salas onde possamos fugir ao cinema-pipoca, onde se possa ver um filme um pouco menos comercial, completamente ignorados pelos cinemas dos centros comerciais;
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- Terceiro: mesmo quem gosta de filmes mais comerciais não está necessariamente para aturar o ambiente de centro comercial, com fedor a pipocas e adolescentes barulhentos;
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- Quarto: continua a tendência implacável de esvaziamento das ruas da cidade de Lisboa (cinemas, cafés, lojas), em favor de centros comerciais, maioritariamente nos subúrbios, completamente ao arrepio da tendência das principais cidades europeias.
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Restam-nos o King (não sei por quanto tempo, já se falou em transformá-lo em garagem…), o Nimas, o Londres e as salas do Saldanha que, embora estejam em centros comerciais, têm uma lógica um pouco diferente.
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