22.5.08

“A leitura para mim é um prazer porque cria solidão, isto é, dá-me um tempo próprio, eu vivo dentro de mim próprio num tempo próprio. Há algo de litúrgico nisso. E é essa procura desse mundo que é meu que me dá esse prazer. Eu posso estar a ler um livro no meio de um café, pode estar uma barulheira tremenda, mas eu estou metido no meu mundo, estou a construir o meu próprio mundo. O que o escritor já fez também.”
[…]
“Provavelmente o problema do livro actualmente é que o mundo está tão apressado que a criação de um mundo tanto pelo escritor como pelo leitor é considerado uma perda de tempo, é considerado algo quase obsceno porque vai a contracorrente da rapidez, da velocidade, de um raciocínio um bocado utilitarista que querem dar ao próprio tempo.”
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[Torcato Sepúlveda em entrevista à Rádio Universitária do Minho]

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