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Sinais de Fogo é um romance longo e inacabado de Jorge de Sena, publicado em 1979, pouco depois da sua morte. É um dos melhores romances portugueses do Século XX.
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Trata-se de um romance de iniciação, com profundos traços autobiográficos. Jorge, o narrador-personagem principal, é um jovem de classe média/alta lisboeta que, após o seu primeiro ano de faculdade, vai, como de costume, passar as suas férias de Verão à Figueira da Foz, para casa dos seus tios. Estamos em 1936.
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Mas este não vai ser um Verão como os outros. Logo na sua chegada à estação, depara-se com um grande reboliço: tinha começado a Guerra Civil em Espanha, que acompanha todo o romance (a Figueira é tradicionalmente um destino de férias de muitos espanhóis).
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Durante essas férias, Jorge vai realizar uma tripla aprendizagem que o transforma radicalmente: uma tomada de consciência política; a descoberta do amor e das mulheres; e o despertar da poesia. Quando regressa a Lisboa já não é a mesma pessoa.
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Quase todo o romance se passa na Figueira (com excepção do início e do fim do livro), que é brilhantemente descrita, no seu típico ambiente de veraneio: a praia, o casino, os hábitos e costumes da época.
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Resta dizer que o facto de não haver um final não é muito importante. Depois do regresso de Jorge a Lisboa, aparentemente o romance poderia ser dado por terminado. O prolongamento por mais umas quantas páginas por parte de Jorge de Sena é no entanto explicado no prefácio de Mécia de Sena, que nos revela a intenção do autor para o final do livro.
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Sinais de Fogo está publicado na ASA e é relativamente barato (10 euros no site da editora).
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