5.11.07

Lisboa Monumental (2)

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A mais grandiosa obra desejada por Fialho consistia numa “ponte sobre os vales da Avenida e Rua da Palma, ligando São Pedro de Alcântara a Santana, e esta à Graça ou Monte do Castelo”, cujo ambiente é imaginado desta forma:
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“Percorrer em manhãs e tardes essa avenida a 80 metros do solo, bordada de passeios e refúgios suspensos sobre mísulas, vendo por baixo vertiginosamente ferver a bicharia dos bairros pobres, a avenida estender-se em regueiros brancos e verdes, de asfalto e folhas de árvores, na estonteação do ar livre, com horizontes de voo de águia, seria um destes prazeres sibaríticos que os cogitadores de quimeras agradeceriam a Deus, como antevisão do paraíso dos maduros. Que vagabundagens por ali, nas noites quentes, perorando no ar pulcro, sobre a madorna bronca do burgo, as velhas questões que fazem chispar o olhito rugoso, de papagaio, de D. Gualdim!”
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Para coroar esta obra grandiosa era proposto um “palácio da Alcáçova” no Castelo de S. Jorge “com os atractivos e vícios que a gente culta e rica tem por passatempo, pois, além das capitais não engordarem hoje de virtudes, é certo que um pouco de deboche activa a civilização dos povos bisonhos, e é um maravilhoso factor de sugestões”. O palácio teria assim “roleta, mulheres, circos de Verão, teatrofones, música clássica, atlética, mascaradas, festas de carácter pitoresco e popular”, sendo uma espécie de “casino e circo, biblioteca e restaurant, velódromo e frontão, hall de concertos e teatro de ópera”. Toda a montanha em redor seria revestida de ciprestes.
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(continua)

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