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"Isaías Gomes Teixeira, administrador executivo do grupo Leya, no momento em que me despedi, disse-me que compreendia perfeitamente que um homem que tinha idade para ser pai dele já não se adaptava a estas novas dinâmicas do mundo editorial. É um bocado verdade.
Porquê?
Sou de uma geração e tenho uma escola em que houve sempre uma enorme preocupação com a rentabilidade dos projectos, mas essa rentabilidade passava por uma frase que repeti muitas vezes: 'Publica-se o que dá para se poder publicar o que não dá'. Uma das primeiras frases que Isaías Gomes Teixeira disse quando entrou para o grupo foi: 'Mas para que é que vocês publicam o que não dá?' Isto transmite uma filosofia com a qual não estou minimamente de acordo."
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[Manuel Alberto Valente em entrevista ao Público da passada sexta-feira]
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A entrevista com Manuel Alberto Valente, bem como outros sinais que vão surgindo aqui e ali, é bem reveladora do tipo de gente que está à frente dos novos grandes grupos editoriais: gestores profissionais sem qualquer ligação ou gosto pessoal pelo livro e pela literatura. Isaías Gomes Teixeira é um caso particularmente grave no desprezo que demonstra por esta área. Os resultados, claro, começam a estar à vista...
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