26.5.08

O elogio do transporte público

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Aproveitando para dar os parabéns (um bocado atrasados) ao Miguel Vale de Almeida pelos 5 anos do blog, recupero aqui um excerto de um post seu, já com algum tempo, de que gostei muito e subscrevo na íntegra:
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"Ao contrário do que é portuguesmente comum, nunca senti que o carro me desse "liberdade" ou "autonomia". Sinto-me constrangido por tudo o que um carro na cidade significa: conduzir no meio de loucos, procurar estacionamento, apanhar com engarrafamentos, não conseguir cumprir horários, stressar. Com os transportes públicos (normalmente o metro, pois os autocarros não são de fiar) faço tudo mais calmamente mas, sobretudo, sinto-me mais cosmopolita: ando a pé nas ruas duma cidade a caminho da paragem ou estação, vejo as pessoas e as faunas duma cidade nos transportes, vou ouvindo pedaços de conversas, em suma, vou tomando o pulso à polis. E ainda aproveito para ler. Não é, no fundo, este o modo de fazer as coisas nas verdadeiras cosmópolis, como Paris, Londres ou Nova Iorque, onde não passa pela cabeça de ninguém andar de carro? Quando me atrevo a andar de carro na cidade, durante o dia, para os percursos normais, sinto imediatamente que estou em Caracas."

2 comentários:

SudEx disse...

Um carro é uma liberdade com custos. Um carro dá muito jeito em muitos sítios, em muitas ocasiões.. Por exempo, num dia como hoje, sem Comboios à vista e com um BUS pra me trazer de Setúbal a Vendas Novas/Évora, OU às 14h30 OU às 18h45..

Liberdade de escolha... (?)

DN

Anónimo disse...

sudex, o Miguel estava a falar da utilização de transportes dentro das cidades (Lisboa, neste caso) e não noutras situações