DAQUI, DESTA LISBOA...
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Daqui, desta Lisboa compassiva
Nápoles por suíços habitada,
onde a tristeza vil e apagada
se disfarça de gente mais activa;
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daqui, deste pregão de voz antiga,
deste traquejo feroz de motoreta
ou do outro de gente mais selecta
que roda a quatro a nalga e a barriga;
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daqui, deste azulejo incandescente,
da soleira de vida e piaçaba,
da sacada suspensa no poente,
do ramudo tristôlho que se apaga;
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daqui, só paciência, amigos meus!
Peguem lá no soneto e vão com Deus...
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[Alexandre O'Neill, in De Ombro na Ombreira, 1969]
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