7.5.09

Livros de Lisboa

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A Time Out pediu a uma série de escritores, críticos e olissipógrafos (Pedro Mexia, Jorge Silva Melo, José Mário Silva, José Sarmento de Matos e António Guerreiro, entre outros) que escolhessem os melhores romances de Lisboa, tendo sido estes os mais votados (sem ordem):
  • A Escola do Paraíso, José Rodrigues Miguéis
  • Alexandra Alpha, José Cardoso Pires
  • A Noite e o Riso, Nuno Bragança
  • Livro do Desassossego, Bernardo Soares
  • Requiem, uma alucinação, Antonio Tabucchi
  • Os Maias, Eça de Queirós
  • Gaivotas em Terra, David Mourão-Ferreira
  • Enseada Amena, Augusto Abelaira
  • O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago
  • Cândido ou o Optimismo, Voltaire
É duvidoso que se possa considerar o Cândido um livro de Lisboa, mas quanto aos outros as escolhas são muito boas. É claro que O Livro do Desassossego e Gaivotas em Terra não são romances mas isso é o que menos interessa. A grande falha, para mim, é a ausência d'O Que Diz Molero, de Dinis Machado, um livro excepcional, lisboeta até à medula, como o seu autor. Outro escritor que gostaria de ter visto aqui é Lobo Antunes, que tem Lisboa (sobretudo Benfica mas não só) em praticamente todos os seus livros.
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Dos autores escolhidos, a maioria têm outros belíssimos livros lisboetas: O Milagre Segundo Salomé, Páscoa Feliz e diversos contos como o brilhante Saudades Para Dona Genciana, de José Rodrigues Miguéis; A Balada da Praia dos Cães, Lisboa, Livro de Bordo e inúmeras crónicas e contos de José Cardoso Pires; O Primo Basílio ou A Capital, do Eça; Um Amor Feliz, de David Mourão Ferreira; ou Afirma Pereira, de António Tabucchi.
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Outras prosas lisboetas podemos encontrar no Nome de Guerra, de Almada Negreiros, n’ A Queda dum Anjo, de Camilo, em Fialho, n’A Via Sinuosa ou nas memórias Um Escritor Confessa-se, de Aquilino, em tudo o que Baptista-Bastos escreveu, no Cá Vai Lisboa, de Alface, em Manuel da Silva Ramos, em Mário de Carvalho, no recente Boa Noite, Senhor Soares, de Mário Cláudio, e em certas páginas de Jorge Silva Melo.
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Quanto à poesia, temos também uma longa tradição lisboeta. Não indo mais atrás, Cesário Verde foi um grande poeta desta cidade e no séc. XX há uma linhagem de excelentes poetas lisboetas como Álvaro de Campos, Alexandre O’Neill, Mário Cesariny e, para referir um nome mais recente, Manuel de Freitas.
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Devo estar a esquecer-me de coisas e há certamente muito que não conheço. Aceitam-se sugestões, por mail ou para a caixa de comentários.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom dia...
Tal vez seja oportuno ajuntar "Comboio nocturno para Lisboa", de Pascal Mercier (Dom Quixote).
www.youtube.com/watch?v=pTQ9EKlIqJ4

Obrigado
P. Simony