- A Montanha Mágica, Thomas Mann, Dom Quixote
- O Homem Sem Qualidades vol. III, Robert Musil, Dom Quixote
- Os Irmãos Tanner, Robert Walser, Relógio D’Água
- Cantos de Maldoror, Isidore Ducasse, Conde de Lautréamont, Antígona
- Bartleby, o Escrivão, Hermann Melville, Presença
- Tristessa, Jack Kerouac, Relógio D’Água
- Silogismos da Amargura, E. M. Cioran, Letra Livre
- 1 Homem Dividido Vale por 2 / Contraponto, Luiz Pacheco, Biblioteca Nacional / Dom Quixote
- Dobra – Poesia Reunida 1983-2007, Adília Lopes, Assírio & Alvim
- Ofício Cantante – Poesia Completa, Herberto Helder, Assírio & Alvim
- A Perspectiva da Morte: 20 (-2) Poetas Portugueses do Século XX, Manuel de Freitas (selecção e prefácio), Assírio & Alvim
- Louvor e Simplificação de Álvaro de Campos, Mário Cesariny, Assírio & Alvim (fac-simile da edição da Contraponto, de 1953)
- Obra Completa (1969-1985), Nuno Bragança, Dom Quixote
- Sinais de Fogo, Jorge de Sena, Guimarães
- Mar Largo, Vítor Nogueira, & etc
31.12.09
Alguns livros de 2009
30.12.09
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GRÉMIO
para o Manuel de Freitas e o Rui Pires Cabral
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Uma pequena lista de poderosos inimigos.
Uma pequena distracção inaceitável.
O soalho rangia com o peso dos fantasmas
que por mais de cem anos mantiveram este sítio.
E havia o barulho da chuva na varanda
em tempos resgatada à Santa Inquisição.
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Pequenos avisos, nada de específico.
Sim, era preciso defender o grémio
mais antigo de Lisboa. E nós, paz e amor,
ideias lisas como a mesa de bilhar.
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Chegou a época das marés, do cascalho
libertado no mar largo. Treme com a fúria
a melhor varanda de Lisboa, treme com a fúria
a grande rocha em forma de arco.
No fim do túnel, uma câmara de luz,
um sítio perfeito para os tubarões.
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[Vítor Nogueira, in Mar Largo, & etc, 2009]
28.12.09
Sinais de Fogo
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Esgotado há vários anos, chega finalmente às livrarias uma nova edição de Sinais de Fogo, de Jorge de Sena, um dos melhores romances portugueses do Século XX. A editora é a Guimarães, que promete editar a obra completa do autor nos próximos anos.
27.12.09
Isto não é cidade que se respeite
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"Uma cidade que se respeite não permite que um proprietário tenha o seu prédio degradado, a cair, abandonado, com falta de pintura, destelhado, entaipado, em risco de incêndio ou derrocada. Não permite. Ponto.
Uma câmara municipal digna desse nome multa, castiga, reprime o desleixo e negligência de quem for dono de um prédio nessas condições. Se não tiver instrumentos legais robustos para o fazer, exige-os ao Governo da República. Se não o conseguir, tem que se fazer porta-voz da indignação dos munícipes.
O Governo do país tem a obrigação de impedir que os centros das nossas cidades estejam sujos, ocos e cariados. Tem o dever de tornar muitíssimo dispendioso este mau hábito de quem não cuida da sua propriedade urbana. Tem o interesse - num país antigo, peculiar e turístico como o nosso - de garantir que os nossos centros históricos estejam impecáveis.
Não existe o direito de ter um prédio a cair. Tal como não existe o direito de guiar um carro sem travões ou poluente. Não interessa se o compraram ou herdaram. O carro tem de passar na inspecção periódica. O mesmo deveria valer para o prédio: tem de estar em boas condições, ou o proprietário terá de pagar pelo dano e risco que provoca a outrem.
Um prédio decadente faz reverberar o desleixo. Baixa o valor da sua rua ou do seu bairro, incluindo o daqueles prédios cujos proprietários, mais conscienciosos, trataram de cuidar e manter em boas condições. Um prédio a cair representa um risco de segurança para quem ali passa, para o solitário inquilino que às vezes lá resta, para os vizinhos.
A propriedade de um prédio não é coisa que venha sem obrigações. Esse é um equívoco que engendra outros equívocos de todas as partes envolvidas, sem excepção: a ideia de que os exemplos de prédios integralmente ocupados com rendas baixas (cada vez menos) podem servir de desculpa para situações de incúria em prédios praticamente vazios; a ideia de que o Estado pode ser o primeiro proprietário negligente; a ideia de que às autoridades públicas cabe, sempre, pagar toda a factura do rearranjo dos prédios. O Rossio de Lisboa foi recuperado com dinheiros públicos há uma década. Hoje tem prédios com telhados cobertos de folha de alumínio. Lamento, mas isto não é cidade que se respeite."
Uma câmara municipal digna desse nome multa, castiga, reprime o desleixo e negligência de quem for dono de um prédio nessas condições. Se não tiver instrumentos legais robustos para o fazer, exige-os ao Governo da República. Se não o conseguir, tem que se fazer porta-voz da indignação dos munícipes.
O Governo do país tem a obrigação de impedir que os centros das nossas cidades estejam sujos, ocos e cariados. Tem o dever de tornar muitíssimo dispendioso este mau hábito de quem não cuida da sua propriedade urbana. Tem o interesse - num país antigo, peculiar e turístico como o nosso - de garantir que os nossos centros históricos estejam impecáveis.
Não existe o direito de ter um prédio a cair. Tal como não existe o direito de guiar um carro sem travões ou poluente. Não interessa se o compraram ou herdaram. O carro tem de passar na inspecção periódica. O mesmo deveria valer para o prédio: tem de estar em boas condições, ou o proprietário terá de pagar pelo dano e risco que provoca a outrem.
Um prédio decadente faz reverberar o desleixo. Baixa o valor da sua rua ou do seu bairro, incluindo o daqueles prédios cujos proprietários, mais conscienciosos, trataram de cuidar e manter em boas condições. Um prédio a cair representa um risco de segurança para quem ali passa, para o solitário inquilino que às vezes lá resta, para os vizinhos.
A propriedade de um prédio não é coisa que venha sem obrigações. Esse é um equívoco que engendra outros equívocos de todas as partes envolvidas, sem excepção: a ideia de que os exemplos de prédios integralmente ocupados com rendas baixas (cada vez menos) podem servir de desculpa para situações de incúria em prédios praticamente vazios; a ideia de que o Estado pode ser o primeiro proprietário negligente; a ideia de que às autoridades públicas cabe, sempre, pagar toda a factura do rearranjo dos prédios. O Rossio de Lisboa foi recuperado com dinheiros públicos há uma década. Hoje tem prédios com telhados cobertos de folha de alumínio. Lamento, mas isto não é cidade que se respeite."
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[Rui Tavares, Público, 23/12/2009]
20.12.09
17.12.09
“Depois, já se sabe, vieram os gestores editoriais, os directores de colecção, os omnívoros grupos empresariais que vêem no livro uma mercadoria como qualquer outra. Não assim a Contraponto de Luiz Pacheco. Nem a Afrodite de Fernando Ribeiro de Mello, a & etc de Vítor Silva Tavares, as inconformadas deambulações poéticas da Frenesi de Paulo da Costa Domingos. Dir-se-ía, olhando em volta, que o gosto pelo lucro mata o gosto pelo livro; e que são muito poucas, afinal, as singularíssimas editoras que marcaram o século XX. A Contraponto foi uma delas, indubitavelmente.”
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[Manuel de Freitas, in Luiz Pacheco, 1 Homem Dividido Vale por 2 / Contraponto, Biblioteca Nacional / D. Quixote, 2009]
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[Manuel de Freitas, in Luiz Pacheco, 1 Homem Dividido Vale por 2 / Contraponto, Biblioteca Nacional / D. Quixote, 2009]
14.12.09
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“E assim é que a Contraponto – paralela a aventuras com a de A Antologia em 58 do Mário Cesariny, a Barca Solar do Ernesto Sampaio, ou da Minotauro do Bruno da Ponte –, até nos seus desaires ou talvez por via deles, deixou sequelas: porque a mais antiga, à cabeça a & etc; mas lembre-se a Afrodite, do Fernando Ribeiro de Melo; chame-se à colação a Frenesi quando frenética e a Antígona quando refractária; a Hiena, os 4 Elementos Editores, a Fenda, a Black Sun; mais perto, a Averno – cometas tracejando luz no negrume editorial. Agindo nos interstícios da engrenagem mercantil, expulsas por mérito próprio de montras publicitárias, encaram o livro tão-só como produtor de mais-valias artísticas e culturais, objecto de uma entrega que funde o risco com a projecção política, diga-se poética – ou vice-versa, também vale.”
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[Vítor Silva Tavares, in Luiz Pacheco, 1 Homem Dividido Vale por 2 / Contraponto, Biblioteca Nacional / D. Quixote, 2009]
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[Vítor Silva Tavares, in Luiz Pacheco, 1 Homem Dividido Vale por 2 / Contraponto, Biblioteca Nacional / D. Quixote, 2009]
11.12.09
9.12.09
Entrevista com Fernando Lemos
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Pode ser lida aqui a entrevista com Fernando Lemos que saiu no Ípsilon (suplemento do Público) da semana passada.
7.12.09
Fernando Lemos na Fundação Cupertino de Miranda
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A fotografia de Fernando Lemos está em exposição na Fundação Cupertino de Miranda, em Famalicão, até 26 de Fevereiro de 2010. São apresentadas 140 fotos, realizadas entre 1949 e 1952, sendo algumas inéditas. A entrada é livre.
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