A livraria Trama reabre hoje, às 18h, após uns meses de ausência. Está na mesma rua, um pouco mais acima.
29.10.10
27.10.10
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OS CAFÉS
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Nos café desenham os paisanos, vulgares
senhores de bagaço e genebra, raspando o mármore
entre as folhas do jornal. Morrem os cafés
com seu bilhar, bengaleiro e escarrador. Música
de rádio ainda sintoniza a serradura e os vidros
baços quando chove. Recordo cafés
da província, ou da cidade grande,
destruídos por ímpias criaturas do plástico.
Já não servem cevada ou eduardinho e o açúcar
não vem no açucareiro. Alguns ainda assinam
os jornais, o cobre limpam e pagama
os paquetes. Autorizam cauteleiros, a caixa
do engraxador, a rapariga das violetas. Violentam
os cafés aqueles da usura, ratos do cimento.
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Avesso à militança, são os cafés retrato militante
de algumas senhoras de batina e capa, entornando
no pires o leite do caniche. Alvoraçados os velhos
titilam nas retretes e os tabacos esgotam-se em suspiro.
São cafés com espelhos e amarelas luzes onde o néon
ainda não entrou. Também de padres são feitas
essas lojas; de marçanos, rapazelhos e trapistas.
Desenvolvo teorias sobre os ditos. Em tempo de ditadura
era o café a teia da intriga, o bocejar jacobino,
o guarda-chuva pingando tristes ais. Insisto pois
no rádio e radiador. Quem lembra os pianos?
Carambolas secas já cortavam o fumo dos charutos;
no marcador quinze de partido; na mesa ao fundo,
igual à história antiga, dois jogadores de xadrez ou de gamão.
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[Eduardo Guerra Carneiro, in Contra a Corrente, & etc, 1988]
[Eduardo Guerra Carneiro, in Contra a Corrente, & etc, 1988]
26.10.10
A biblioteca de Fernando Pessoa
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A Casa Fernando Pessoa digitalizou a totalidade dos 1140 livros que constituíam a biblioteca particular de Fernando Pessoa e disponibiliza-os aqui.
25.10.10
"... o espaço dedicado à crítica tem vindo a diminuir drasticamente; estamos hoje reduzidos ao modelo da pequena recensão com intuitos de divulgação (a crítica propriamente dita requer um discurso argumentativo que o modelo jornalístico actual não contempla e até evita); a literatura perdeu o espaço e o prestígio que tinha e o 'espaço público' literário é de uma grande exiguidade; as páginas dedicadas à literatura têm de competir no grande campeonato da cultura do espectáculo; o crítico deixou de saber para quem escreve. A velha função social e de orientação que a crítica teve perdeu-se quando deixou de existir a sociedade cultural e literária vital e reactiva (com os seus debates, as suas polémicas, etc.), que constitui a própria condição de possibilidade da crítica. Destituído da sua função civil, o crítico desapareceu, tal como desapareceu a figura do intelectual. O primeiro foi substituído pelos mediadores culturais, tal como o segundo pelos profissionais da opinião."
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[António Guerreiro, Actual (suplemento do Expresso, 23-10-2010]
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[António Guerreiro, Actual (suplemento do Expresso, 23-10-2010]
22.10.10
Feira de alfarrabistas no Príncipe Real
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Inserida na iniciativa "Noites Claras" está a decorrer uma feira de alfarrabiastas no Jardim do Príncipe Real. É hoje o último dia.
21.10.10
12.10.10
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